Um boletim que forma e informa. O Vicariato Militar para as Forças Armadas através da sua publicação oficial (1982-1983).
DOI:
https://doi.org/10.53439/revitin.2023.2.03Palavras-chave:
vicariato castrense, boletín oficial, transición democráticaResumo
No artigo que se segue analisamos o boletim oficial da Vigararia Militar, dentro do espetro da imprensa católica. Analisamos alguns dos documentos, informações e significados presentes nas suas páginas, particularmente em relação a duas conjunturas fundamentais: a Guerra das Malvinas e o consequente colapso militar, e o regresso à democracia. Os seus objectivos informativos, o público a que se dirigia (religiosos, militares de todas as hierarquias e civis ligados às Forças Armadas [doravante Forças Armadas]), os sentidos de obediência, disciplina e hierarquia propostos e a impossibilidade de emitir qualquer juízo crítico sobre as instituições militares ou eclesiásticas, permitiram-lhe sustentar uma linha editorial sem tendências contraditórias ou díspares. Por isso, defendemos que as suas preocupações, viragens e silêncios em relação aos temas que abordava (ou aos que não incluía) estavam ligados aos processos e situações políticas das Forças Armadas e não da Igreja. Numa altura de forte clima anti-militar e de reconfiguração das instituições militares, como foi o período de transição democrática, a vigararia, através do seu boletim oficial, evitava qualquer tipo de crítica e centrava-se no reforço da unidade militar e na salvaguarda da sua legitimidade.